Esta eminência da doutrinação espírita internacional, de nacionalidade brasileira, manteve correspondência entre si e a minha mãe nos anos sessenta e setenta do século vinte.
certa vez vi-o na televisão (1992) e fiquei otimamente impressionado pelo aprumo (lá está o meu pai a ter razão, novamente...).
Em 2007 ele foi a Caldas da Rainha e a minha mãe aceitou ir vê-lo ao auditório municipal.
Entrámos e Divaldo olhou fixamente, enquanto a pequena sala se ia enchendo.
Percebi que se havia fixado na dupla do indivíduo nos seus 40 a transportar uma idosa pelo braço - e mentalmente disse, então: «Julieta Fatal».
No final fomos ter com ele e, chegada a minha vez, falei-lhe: «esta senhora é minha mãe e queria dar-lhe uma palavrinha».
«Sim, claro, eu sei que quer».
«Sabe? Mas não a conhece, nem sabe quem ela é»?!
«Claro que conheço: grande poetisa, Julieta Fatal».
Fiquei surpreendido com as capacidades divinatórias de Divaldo. Ou terá sido um sopro ao ouvido? Ou a minha transmissão hertziana mental?
Por fim pedi-lhe o endereço, para ela lhe escrever, ao que de imediato atalhou:
«Está lá fora, nos meus livros».
Uma deceção.
Mais tarde, apesar desse episódio, decidi escrever a Divaldo por e-mail.
Resposta (...de um colaborador)?
«Divaldo não tem tempo para ler mails».
E Divaldo ficou, ali, definitivamente classificado para nós.
Não basta ser-se uma eminência, parda ou expressa, para se ter ou adquirir estatuto aos olhos da Consciência Absoluta. E perante a lúcida razão de quem a tenha.
Ora se Nietzsche não tinha razão, ao escrever: «não te prendas à raça furtiva dos humanos; se hoje agem e pensam assim, amanhã fá-lo-ão de um outro modo, se for preciso»?!!
De facto a essência é muito distinta da aparência!
27-05