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IURD
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Para a sintomatologia espiritual professada pela I.U.R.D., o «ver vultos» e o «ouvir vozes» indiciam, invariavelmente, inequívoca afetação de génese sobrenatural e ordem demoníaca.

A fim de expulsar essas forças maléficas e pessoalmente perniciosas, executam então práticas de suposto teor exorcista.

Muitas dessas sessões, por vezes aparentemente espontâneas, ali ditas como «trabalho de libertação» e tidas como espécie de terapia da predisposição espiritual para acolhimento do «Espírito Santo» segundo um modo são e incondicional, acabam a fazer lembrar, grosso modo, pela espetaculosidade e pelos contornos de farsa que evidenciam, as sessões de wrestling norte-americano (é, «minha amiga e meu amigo»: é só saber observar e «usar a sua cabeça», para pensar...).

Todo o ideário eclesial da IURD e as suas práticas correntes parece estarem mais vocacionados para uma oportuna assistência à emigração brasileira pelo mundo – a reboque aproveitando uma eventual adesão dos demais, dado o projetar-se da IURD, por e para todos os quadrantes do Globo, denunciar ambição desmedida relativa à conversão dos (ainda) infiéis. «É ou não»?!

«Ouvir vozes» e «ver vultos» não tem necessariamente como significado manifestações de cariz «possessivo», podendo antes ser uma de duas outras causas:

1) Ser-se SENSITIVO – e aí tratar-se, então, de um DOM e não de uma «possessão» de ordem «demoníaca»;

2) Ter ALUCINAÇÕES – e neste caso, o diagnóstico remeter o «possesso», aconselhavelmente, para o âmbito da neuropsiquiatria.

Há demasiada mistificação nas considerações simplistas da IURD acerca deste assunto.

E na mistificação em geral acolita-se sempre o populismo.

É que cativar grandes massas pela CRENDICE numa divindade que só cumule de benesses MATERIAIS mediante DESPOJAMENTO (e um despojamento TOTAL) do crente fiel, é não levar a luz da RAZÃO à mole ignorante e boçal que se vê ir atrás destas Igrejas não religiosas – nem tão-pouco é querê-lo.

Se pretendermos ser rigorosos e racionais, intelectualmente honestos, então deveremos fazer ver aos outros que a Natureza, em virtude das suas complexidade e organização, assim como pelo seu funcionamento, revela uma intencionalidade por trás e não o Acaso, pelo que haverá, em síntese, uma Superconsciência que a terá assim organizado e posto a funcionar.

Será tão-somente este simples argumento que deverá prevalecer para a consubstanciação da FÉ – e não o apelo a uma fé ignorante e sobretudo cega (como consequência dessa ignorância...).

Agora: que aquela Superconsciência faça depender, do sacrifício pessoal, aquelas «benesses», isso já se trata de pura ESPECULAÇÃO e de tentativa de infusão do MEDO, que leve as pessoas a aderir àquele que nos infunda tal temor, mas que, como forma de superação desse mesmo receio, prometa proteger os assim amedrontados relativamente às (hipotéticas) causas do referido temor, tal como aos seus perniciosos efeitos.

Não há Deus de um lado e o Diabo de outro.

As coisas não são redutíveis à perspetiva simplista do maniqueísmo.

O Diabo representa, na História da Cultura humana terrestre, uma METÁFORA. Tal como o inferno... .

O que existe é... energias negativas e energias positivas.

Alguém que seja puro e porém olhe criticamente para outro indivíduo igualmente são, reprovando-lhe alguma atitude ou o seu estádio-de-espírito ou uma certa (pre)disposição, ou mesmo todo um comportamento respeitante a determinadas circunstâncias ou conjunturas, certamente não estará a enviar-lhe fluidos positivos.

É tão-somente este o segredo da adjetivação das "energias intencionais".

Se as Igrejas se preocupassem mais em ESCLARECER o «povo», ao invés de perseguirem objetivos de sedução e posterior fidelização dos «fiéis» na tentativa de conquistar a opinião pública através do domínio mediático em geral, sempre em função de necessidades muito materiais (o pãozinho nosso de cada dia assegurado pelo senhor cura ou pelo «pastor»; a riqueza ansiada pelos ambiciosos, que divisam, na instituição de uma Igreja sua, o passaporte para a independência financeira), por certo prestariam, assim, um real SERVIÇO PÚBLICO de elucidação e resgate das consciências singulares, em vez de retirarem o povo de um dado estádio de ignorância e logo o reportarem a um outro, talvez ainda pior: o do obscurantismo ideológico-religioso-dogmático, intencionalmente preparado.

O Diabo não existe!

Ele constitui um puro conceito de ordem cultural.

bons e maus, entre ateus e crentes, ou agnósticos e demais gente nem sequer pronunciável a respeito do assunto.

Nós, por exemplo: não nos pronunciamos sobre artigos de FÉ – porque nos conduzem unicamente princípios de ordem racional (...que sempre aparecem para nos iluminar o espírito e conduzir na direção certa e a caminho da lucidez).

Há bem-sucedidos entre maus e bons – e vice-versa.

Não será preciso «sacrifícios» para se vir a ter «casa» e «carros» (em regra publicitária: boas e bons, de marca prestigiada...).

Necessário, sim, será acreditar em si próprio e sobretudo lutar para conseguir ter sorte (sucesso). O resultado será sempre uma contingência, tal como tudo o que seja natural!

Não é por se ser «bom» ou «acreditar», nem por se «merecer», que se obterá «sucesso material».

O Bem e o Mal são parâmetros relativos [...aos valores (...cultivados) e às ações (...assumidas)].

Tirar gratuitamente a vida a alguém é manifestamente um mal (até punível...).

Mas a eutanásia pode representar um bem, em variadas circunstâncias e para diversos casos... .

Este artigo aqui cumpre dois objetivos (...), importando dissecar um deles (aquele que é, essencialmente, ideológico-doutrinário):

Na e da exposição de âmbito teológico, tanto a da I.U.R.D., quanto a da Igreja Católica Romana ou a de outra denominação dita «cristã», assim como a de outras profissões religiosas (todavia afins, em súmula), como é a islâmica, há e ressalta, delas, uma enorme confusão – um equívoco semelhante, afinal, ao que acontece na manipulação ideológica dos conceitos políticos de «democracia» (defunta com 2 mil anos) e «república» (nunca nasceu, sequer!).

Os denominados «cristãos» ainda não perceberam que a Bíblia não se trata de «a Bíblia», mas sim de «aS BíbliaS».

É que entre o «Velho Testamento» e o «Novo» mora a diferença fundamental, que os distingue e os põe a falar de realidades diversas.

A aparição histórica de Cristo marca a diferença.

O Velho Livro, relativo ao período pré-cristão, traz-nos um Deus erradamente traduzido, pois no texto hebraico originário tomou a forma plural (deuses e não Deus), ou então como uma espécie de chefe dos deuses (Adonai; Elxadai; Javé).

E esse Deus do Velho Testamento, que afinal se trata de «os deuses», revela(m)-se «demasiado antropomórfico(s)»: um Deus julgador e (implacavelmente) punidor, supostamente justiceiro, caraterizável por uma racionalidade exclusivista, que cuida de eliminar o que entenda ser «mau» (e que nada mais é do que aquilo que não sirva os seus intentos...), deixando vingar o que acha ser «bom» («e Deus viu que era bom» e disse: «que assim seja», pode ler-se no capítulo da génese respeitante ao Livro Antigo da cultura judaica em traduções cristãs...).

Cristo e a prédica cristã dos apóstolos, que acabou transcrita, que a todos eles os implicou historicamente, é que trazem a NOVIDADE do Deus uno e único, superior à Natureza, transcendente a ela, onisciente e onipotente. Ou seja: o conceito teológico claramente de génese filosófica.

À parte o conceito de «transcendência», contra o qual sempre nos debatemos, a filosofia cristã DO PRÓPRIO CRISTO rompe relativamente a toda a Tradição e introduz, na história da cultura humana terrestre, a revolucionária prédica, até hoje ainda não entendida, de que o conceito de divindade terá de se libertar do seu elemento antropomórfico, herdado de todas as culturas/civilizações precedentes, para por fim adquirir o verdadeiro sentido.

Pois a real divindade (a Consciência Absoluta) é, tão-simplesmente, Puro Pensamento.

«Espírito» – diria, sem originalidade, Edir Macedo (mas também: como ser-se original numa matéria como esta?).

Esse «Pensamento Puro/Absoluto», que é só e simplesmente Pensamento, em si mesmo considerado, não se trata da imaterialidade, no sentido sensorial, pseudopositivo e alegadamente racional(ista), de que o que seja «imaterial» será, também, realmente inexistente.

O Puro Pensamento é a essência da própria sensorialidade; ele é a razão de ser de toda a (suposta) materialidade, porque a fundamenta fisicamente e a sustem enquanto potência absoluta. Pois esse Pensamento Puro (Absoluto) ultrapassa a própria energia pura que se encontra subjacente ao universo físico.

É que a nossa essência é pensamento (já segundo Descartes...).

E o pensamento por ventura cheira-se, vê-se, ouve-se, saboreia-se, toca-se, queima ou é inflamável, pressiona, pesa, tem volumetria?

Porém ele existe!

Trata-se de uma realidade. E uma realidade até mais real do que as demais realidades, fundamental em relação a elas, uma vez que, sem ele, nada se conseguiria orientar minimamente e tudo (re)cairia no caos absoluto, na desordem total.

Por isso é que a nossa essência é pensamento, embora pareça que a essência de muitos seja mais a burrice ou a casmurrice, do que propriamente o Pensamento enquanto "condição para o exercício de uma consciência".

O «Deus de Israel, de Isaac e de Abraão» é um Deus demasiado humano, demasiado... emotivo, para poder corresponder à Consciência Absoluta.

A qual necessariamente se encontra liberta de toda a carga emocional, constituindo-se puro pensamento, onisciente e onipotente, consequentemente tudo podendo.

E aquilo que «tudo possa» será o que seja capaz de criar.

Mas criar o quê?

Criar... tudo, precisamente. E de um modo absoluto.

Por isso é que cada coisa é eterna e cada facto é perene, depostos que se encontram num «registo dos tempos» (...).

Ora: quem tudo seja capaz de criar, cria LIVREMENTE.

Ou seja: a criatura e toda a Criação ficam inteiramente entregues à sua própria sorte. Ficam... livres!

Daí que a Consciência Absoluta, antropomorficamente denominada «Deus» (a lembrar mais o Zeus dos antigos gregos ou o Teos de Jean Sendy), não intervenha no processo natural.

Pois se um Criador originasse um procedimento e depois se entretivesse a manipular essa sua produção, dando aos bons a felicidade e o pódio e cumulando os maus de punições e sofrimentos, isso não se trataria mais de uma Criação, mas sim de um recreio fútil, para autoentretenimento de um criador cheio de tédio e caprichoso.

A Consciência Absoluta não cumula o justo de benesses e venturas e o mau de castigos e degredo.

A Natureza é livre no seu desabrochamento – ainda que sujeita às condicionantes que sejam próprias de um ato instituidor, mesmo que lhe chamem, no domínio cosmológico, «expansão súbita inicial» e «Grande Explosão originária» imediatamente sequente.

 

E. V.,

15-01-2012.