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O HUMANISMO DE JEAN SENDY
O HUMANISMO DE JEAN SENDY

Jean Sendy, acérrimo defensor de interpretação quase literal da Bíblia, que vê a Criação como uma simples Recriação protagonizada por «Galácticos» ou «Celestes» no planeta Terra há umas dezenas de milhares de anos, considerou-se um anti-humanista.

Ele parte do princípio de que o humanismo seja uma simples assunção cultural e por isso se identifique sobremaneira a uma época: a do Renascimento europeu.

Mas lá vai chamando de «humanistas» aos gregos de antanho, em contraponto ao «medievalismo» a que ele diz pertencer.

Sendy classificou esse humanismo como a atitude cultural que parte do princípio de que tudo o que o humano conseguiu, até hoje, se deva pura e exclusivamente a si mesmo, mais não representando a Bíblia do que um encadeado, por vezes infantil, de poemas em prosa e narrativa metafórica e simplesmente imaginária.

Mas o humanismo não é só isso. É também a assunção, antropomórfica e religiosa institucional, de que o Humano seja o centro da Terra, em ordem de importância, assim como existindo a Terra no centro do Universo justamente por causa da existência, nela, desse mesmo Humano.

O Renascimento não se definiu meramente assim. Também se considerou advento da atitude (pretensamente) racional e positiva, cujo desenvolvimento, a par do emergente liberalismo posterior da burguesia triunfante (sobretudo na Bastilha e na revolução americana), acabou desembocando no materialismo contemporâneo.

Mas as posições do anti-humanista Sendy são claramente materialistas. Basta ler os seus inteligentes livros.

Ele próprio se considera «racionalista». Em atitude ateia, como se entrelerá nos/dos seus textos.

Por isso Sendy não deixou de ser humanista: um humanista muito peculiar, uma vez que se considera anti-humanista e faz questão dessa constância.

Tão humanista do pós-guerra, que inventou a mais bizarra teoria para negar a existência dos óvnis: estes dever-se-iam a mera mensagens enviadas de muito longe para um recetor algures no sistema solar, que descodificava as mensagens sob a forma de hologramas elipsoidais ou esféricos, assim nos parecendo «discos voadores». Ou seja: uma explicação ainda mais bizarra do que a simples aceitação dos óvnis.

E tudo isso, porque Sendy, escravo do paradigma científico positivo ocidental do século vinte, era um crente absoluto na relatividade einsteiniana e nas leis da física da época! E como tal, nada poderia deslocar-se no universo físico «mais depressa do que a luz», pelo que os Galácticos teriam vindo, ao longo de penosos séculos, ou até mesmo de um milénio e tal, desde não se sabe onde até aqui, ao planeta Terra, onde se deram ao trabalho de recuperar um Ecossistema destruído por um cataclismo (glaciação Würm III, há cerca de 21 a 22 mil anos), através de naves que não ultrapassassem as teses e os conhecimentos de então e sobretudo não contradissessem a (muito pouco fértil) imaginação da época (anos 60 do século vinte e transição para os 70).

O problema de Jean Sendy é o mesmo de toda a gente: colagem total ao materialismo obsoleto do Ocidente, que deixa sem explicação nem enquadramento racional muito assunto credível e sério. Por exemplo: a ideia de «espírito»... .

Einstein era um mito. Leia-se Roland Barthes («Mitologias») e perceba-se. Um mito até idiota, a ver por aquela foto em que, convencido dos seus protagonismo e génio, deita a língua de fora. Ou quando teceu considerações de suposto teor filosófico (sentencioso, quer-se dizer).

A única barreira, no domínio da existência, é a velocidade infinita. Mas essa só o infinito a consegiria, mesmo.

Mas o infinito não se compreende e muito menos alcança com base no finito e na compreensão finita!

Aliás: o que seja o infinito??

Leia-se Jean Sendy, porém. É extraordinário. Fascinante! E está (muito) próximo da Verdade... da (Re)Criação.

 

EV