A argumentação kardeciana sobre a reencarnação, em O Livro dos Espíritos, é arguta e quase irrecusável. Por vezes brilhante.
Pena foi que tivesse centrado a sua doutrina no cristianismo bíblico, esquecendo o taoísmo, o budismo, o corão... .
Além do mais, o século dezanove e os grandes preconceitos europeus do século 19 voltaram a trair Kardec, pois esqueceu-se do politicamente correto na comparação entre os hotentotes «selvagens» e o «homem civilizado» daquela época, por suposição: branco europeu («caucasiano», na sua terminologia). Concluindo não poder, um «espírito superior», encarnar num hotentote. Porque seria regredir. Mas já admite que um espírito «superior» possa encarnar em posição social «inferior» e passar por grandes provações, como «missão» (talvez na Dinamarca; possivelmente na Grécia...). Então, por que não cumprir uma missão junto dos hotentotes!? Para os trazer para a civilização... .
O século dezanove de Kardec... - e os autoconvencimentos ocidentais europeus... .
EV,
8 de maio, 2013.