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Deus – Uma Falsa Questão
Deus – Uma Falsa Questão

«O que» é «Deus»?

«Quem» é Deus?

Duas colocações completamente antropomórficas, com respostas de igual jaez.

O Homem cria Deus - à sua imagem e semelhança. Totalmente antropomórfico.

Mas se quisermos ser intelectualmente honestos, isentos, teremos de concluir que o «divino» não mais seria senão o mero padrão existencial: a existência imutável e perpétua. Pura. Radical. Matriz. Sem emoção. Nem julgamentos. Absolutamente racional. Plenitude cognitiva. Saber completo. Apenas.

Porque «existir», verdadeiramente, é conhecer, é saber. Não é ter um corpo, uma tangibilidade, um marco determinista, espaciotemporal. Perecível.

Não! Pois isso do «não-perene» é apenas um acidente, dentro do intrincado percurso da ilusão. Da relação. Da lateralidade.

Existir é (de)ter consciência acerca dessa realidade e não o sê-lo meramente, puramente, inconscientemente, como se se tratasse de um simples objeto que porém fosse de grandeza absoluta.

Deus é uma falsa questão. Geneticamente antropomórfica. Pois «O QUE» existe magnamente é precisamente a existência sem termo, eterna e imperecível, que tem de possuir uma consciência inerente a fim de que se possa conceber como existência – e de um valor absoluto, essa consciência Magna, suprema, sintética. Tudo o resto é efabulação humana – e equívoco histórico, pois a génese do conceito resulta do facto de os pré-históricos, na sua ingenuidade primitiva, atribuírem a uma transcendência as façanhas que os «vindos do céu» protagonizavam a seus olhos. E estes mais não são do que nós-futuros, simplesmente-(muito)-mais-evoluídos.

Julho 2020.